Filtra: banda carioca lança clipe feito exclusivamente com GIFs


Um dos conceitos mais presentes em “São Clemente”, da banda carioca Filtra, é a liberdade. Foi ela quem norteou a concepção criativa do clipe para a canção, trazendo para o universo dos videoclipes uma mania da internet: os GIFs. Presença marcante nas redes sociais desde sempre, o formato virou o motor propulsor do clipe, que passeia por cenários do Rio de Janeiro para exaltar suas belezas e desencantos.

A São Clemente da música, uma rua no bairro de Botafogo, é o cenário principal para a banda. Fellipe Mesquita (voz), Saulo Arctep (guitarra), Gustavo Muniz (baixo) e Mateus Nagem (bateria) brincam com o conceito cíclico dos GIFs e suas imagens em movimento contínuo para relacionar ao próprio ciclo presente na letra da música. Citando bairros, bares e outros pontos da Zona Sul carioca, a banda fala da sua relação com o próprio lugar, suas noites e carnavais, e conclui: “a São Clemente me iludiu/me libertou”.

A música é um dos pontos altos do EP “Supremo”, lançado em julho de 2015. O sucessor do álbum “Auto-Ilha”, de 2012, trouxe capa ilustrada por Marcelo Yuka e quatro canções: além de “São Clemente”, fazem parte do trabalho “Caramu”, “Quem sabe é tu” e “Infla”. “Supremo” rapidamente fez da Filtra um dos nomes a se prestar atenção na efervescente cena carioca.

Para dar forma a “São Clemente”, a banda colocou em prática a ideia do baterista Mateus: fazer um clipe de forma prática e de baixo custo, usando apenas smartphones. “Queríamos algo simples e contemporâneo. Pesquisamos bastante não só para aprender, mas também para não copiarmos ninguém. Optamos por usar esse formato porque o Mateus cria muitos GIFs durante nossos ensaios, então foi uma forma de mostrar esse nosso lado e a relação próxima com a rua”, explica Fellipe, vocal da Filtra.

As ruas da capital do Rio de Janeiro se tornam personagens no clipe. Além de Botafogo, as imagens feitas pela própria banda passeiam por partes de Humaitá. O cenário não foi por acaso: foi nessa região que a banda se fundiu. Fellipe e Saulo dividiram um apartamento em Botafogo por mais de quatro anos (no nº 127, que aparece no vídeo), e foi ali que suas veias artísticas ganharam força. Retomando a homenagem feita a Madureira, no primeiro disco, onde cresceu o guitarrista, em “São Clemente” a banda homenageia a região do Rio que viu a banda nascer e ganhar força - entre esses locais, estão partes da Gávea, Lapa, Glória, Flamengo, Copacabana e Jardim Botânico.

Não poderia ficar de fora o filtro de barro tão associado à banda, que faz figuração não apenas na capa do disco “Auto-Ilha”, como também nas cenas do clipe. Presente até em alguns shows, o filtro é um símbolo da busca constante por novos caminhos. “O nome da banda vem disso, de buscar coisas novas, pureza e tudo que é pleno. Quando formamos a banda, foi isso que fizemos: filtramos tudo o que vivíamos para transformar em música”, conta Fellipe.

Cada integrante leva para o clipe um objeto de sua escolha. A moldura de um quadro representa os diferentes ângulos da arte; o café é uma presença constante, remete ao processo de filtragem e é uma oportunidade de homenagear o estúdio Superfuzz, estampado na caneca; a planta é a vida, representando o cuidado e paciência.

A Filtra cuidou do roteiro e da filmagem, enquanto Marcelo Velloso ficou responsável por colorizar e finalizar o vídeo. Confira o resultado deste trabalho logo abaixo:


Fonte Build Up Media
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