Madrugada de Sábado pra Domingo e a temperatura batendo os 12º
C, às vezes fazemos algumas loucuras para ver as nossas bandas favoritas, e
pelo Dead Fish todo esforço é válido. O baile estava marcado no Aquarius Rock Bar,
um pico de metaleiro e da galera que curti new metal localizado em Itaquera,
Zona Lost de SP. Após pegar o metrô e um ônibus, ao chegar no local a primeira
coisa que fiz foi pedir uma dose de conhaque, puro, neste momento eu pretendia
espantar um pouco do frio, deu certo (era uma dose generosa, sem miséria hehe).
Adentrando o espaço do Aquarius, vi uma área grande
e com boa parte aberta, perto do palco havia cobertura, lembra um pouco
o Expresso
(uma casa de shows localizada no Aricanduva, também na Zona Leste). Como
era
minha primeira vez no local eu estava ansioso para conhecer a casa,
achei bastante legal, me surpreendeu poder assistir
ao Dead Fish num lugar tão espaçoso, pena que a chance de lotação era
mínima (pelo que me falaram nunca lota mesmo), e
realmente a casa recebeu um público tímido naquela noite fria, não havia
nem
metade da capacidade. No palco estava tocando a banda Trela, uma linha
meio Charlie Brown Jr, e para minha surpresa, a galera estava curtindo e
pulando bastante. Antes já tinham passado no mesmo palco as bandas
Depois do
Fim e Santa Morte. Como o meu escritório não é na praia e estava um puta
frio,
fui ao bar pegar uma cerveja e escolher um lugar quentinho pra ficar,
obviamente lá na frente onde a galera estava mais aglomerada, e assim
pude
acompanhar a performance do Trela. A banda que estava estreando
baterista novo,
tocou músicas autorais mesclando com alguns covers, animando os
roqueiros e
roqueiras da zona leste. Encerrou-se o show do Trela e logo depois
seria
a vez do Strike mostrar o seu som pop rock/pop punk.
Pela primeira vez na vida eu estava vendo um show do Strike,
e olha, confesso que sei e cantei alguns trechos de músicas nesse show,
principalmente “Aquela História”,
nostalgia pura. Um
show sem setlist, de acordo com o Marcelo, vocalista, as músicas seriam
todas
escolhidas na hora, dito e feito, apostando só nos hits, a banda fez um
show
redondinho que agitou toda a pista do Aquarius, só não o “camarote” onde
tinha
algumas pessoas bebendo que aparentemente não estavam gostando e torciam
pra
ver o Dead Fish. Além dos hits, eles tocaram alguns covers, e rolou uma
do
Charlie Brown Jr junto com uma breve homenagem do Marcelo aos finados,
Chorão e
Champignom, também teve tempo pra duas do Green Day, uma delas sendo
"Basket Case" que contou com participação do Manoel no baixo, ele que estava no
público e foi convidado pelo Marcelo para tocar junto com o
Strike naquele cover . Quase estourando o tempo,
eles tiveram que correr pra finalizar com “Paraiso
Proibido”. Um show bacana, a galera cantou e dançou bastante, saíram bastante aplaudidos. E boa notícia para quem curte o Strike, o álbum novo será lançado em breve e a partir de então, haverá um repertório definido para os próximos shows incluindo clássicos e as músicas novas.
Depois de passar no bar e pagar mais uma cerveja, a última, chegou a
hora dos donos da noite, o Dead Fish. Claro que fui lá pra frente para ficar
próximo do palco, já eram mais de 3h e a dose de conhaque que eu tinha tomado
para espantar o frio já não fazia mais efeito, o jeito foi apostar no Dead
Fish, e foi a melhor opção. De cara já abriram com “Afasia”, apesar do som da casa
deixando a desejar, isso para todas as bandas, a galera pirou de vez. Não me recordo
do setlist inteiro, mas rolou “Jogojogo”,
“Tão Iguais”, “Não”, “912 Passos”, “Proprietários do 3º Mundo”, “Autonomia”,
“Venceremos”, “A Urgência”, “Você”, “Sem Sinal”, “Selfegofactóide”, “Mulheres
Negras”, “Molotov”, “Queda Livre”, “Zero e Um”, “Destruir Tudo de Novo” e como
já de costume encerraram com “Sonho Médio”.
Detalhe para alguns acontecimentos
durante a performance ao vivo do Dead Fish. Houve um desentendimento do Rodrigo
com os seguranças da casa, pois estes não queriam deixar os jovens subirem no
palco para dar stage dive (lembra no início quando disse que a casa é
frequentada pela galera metaleira e que curte new metal, então, acho que eles
não dão stage dive e por isso os seguranças queriam proibir a subida no palco,
com certeza não sabem como são os shows do Dead Fish, uma pena). Ao perceber
o que estava rolando o Rodrigo questionou os dois seguranças no meio do show, isso em momentos
diferentes, pois ele não queria os seguranças ficassem em cima do palco devido a forma
deselegante e às vezes violenta em que eles tratavam os fãs, houve até um princípio
de confusão onde quase chegaram as vias de fato. Superado esse momento tenso
do show, vou contar que fui ao mosh pit pra curtir ainda mais o show e lá tava
meio pesado, como sempre alguns caras na maldade e alguns princípios de briga mas
nada que fugisse do controle, sempre tinha um pra separar, eu sou desses. O
Rodrigo encorajou as mina a entrarem no mosh pit e elas tomaram conta mesmo, isso
melhorou o ambiente no mosh pit e todo mundo curtiu da melhor forma possível.
Tirando esses detalhes ruins que ocorrem em todos os shows, foi
uma ótima madrugada gelada pra quem mora na Zona Leste. A casa decepcionou um pouco devido ao som e a
atitude dos “seguranças”, mas é um lugar que eu pretendo voltar, pois como
morador da zona leste eu gostaria de ver esse pico crescer, se tornar melhor e
mais justo com o público, pois ninguém sai de casa pra apanhar de seguranças,
seja qual for o rolê.
E foi assim. Espero poder escrever mais resenhas sobre os
shows do Dead Fish, esse foi especial por ser na quebrada, bebi pouco o que não
afetou a minha sobriedade e proporcionou essa resenha. :)
Até mais!
@twoasone
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