PHCBR Entrevista: Anthony Green, vocalista do Saosin

           Foto por : @IwamotoPhoto

O ano de 2019 começa bem e com grandes shows pelo Brasil. Entre eles está a turnê inédita do Saosin, um dos grandes e mais importantes nomes do post-hardcore mundial. O grupo californiano finalmente vem para o país após 16 anos de carreira, 3 álbuns de estúdio lançados, 3 eps, 1 álbum ao vivo, trocas de integrantes e um hiato que teve término após o retorno a banda do vocalista e também membro fundador, Anthony Green. Ele que já teve a oportunidade de tocar duas vezes por aqui com a sua outra banda, o Circa Survive.

Mais uma vez tivemos a oportunidade de entrevistar o Anthony (também conhecido por aqui como "Toninho Verde" ou simplesmente, "Homão da porra"), que como sempre foi atencioso e gentil em nos atender. 
Confiram!


É a primeira vez que o Saosin vem ao Brasil, porém é um lugar que você conhece bem. O que esperar das apresentações por aqui?
Bem, eu sinto que por ter tocado aí com o Circa Survive, o público é sempre bem animado e enérgico. Então estamos esperando que os shows sejam muito divertidos e alto astral.


A banda teve uma grande pausa entre a saída de Cove Reber e o seu retorno. O que influenciou para o acontecimento deste retorno?
Bem, o Chris Sorenson que toca baixo para o Saosin. Eu e ele continuamos [sendo amigos] depois que eu saí da banda. Cove e eu viramos bons amigos, quando ele entrou para a banda nós meio que procurávamos um ao outro para conselhos e outras coisas diferentes, assim a  amizade e o respeito mútuo que tínhamos cresceu cada vez mais. Eu creio que porque eu não estava na banda por tanto tempo [a amizade com o Cove] cresceu e se tornou realmente forte. Quando Cove e o relacionamento deles [com o Saosin] terminou, pareceu realmente um momento propício para recomeçar de onde nós paramos.


"Along the Shadow" foi o primeiro álbum que você participou depois de vários anos. Como foi o processo de criação? Aconteceu naturalmente ou foi algo estranho depois de tanto tempo?
Não. Na verdade nós todos nos reunimos na mesma sala e a sensação foi basicamente de gratidão. Ficamos empolgados por podermos tocar as músicas [do Saosin] novamente e aperfeiçoa-las. Eu creio que essas músicas, você sabe, Saosin, o EP, as outras músicas num todo, pegar e leva-las para um grande encontro com os fãs e para as pessoas que realmente significam muito, nós queremos prestar uma homenagem a isso.



A banda foi uma das responsáveis pela consolidação do gênero post-hardcore. Vocês ainda se vêem como parte desta cena? Como vocês definem o som do Saosin atualmente?
Eu realmente não sei. Eu não saberia dizer, porque não vejo o Saosin como parte da cena. Eu realmente não vejo da mesma forma que todos vêem por estar na banda, então minha perspectiva é um pouco diferente. Para mim é um projeto divertido que eu posso realizar com os meus amigos e esta é a única forma que eu vejo. 


A banda também foi responsável por tornar mais comum para o gênero ter vocalistas que cantam em tons mais agudos, e que às vezes podem até ser confundidas com a voz feminina. Você acha que a sonoridade da banda funcionaria sem esta característica? Gostaríamos de saber também quais são suas maiores influências como cantor.
Eu não sei. Creio que quando eu era um garoto e comecei a cantar, as pessoas me diziam que eu soava como uma garota, e acho que garotos com vozes agudas que soavam femininas tinham medo de cantar, porque você sabe, eles tinham medo de soar como uma garota. Eu acredito que as melhores cantoras do mundo são garotas. Algumas das artistas mais inspiradoras que eu já ouvi são mulheres, e eu acho que precisaram de pessoas que tinham orgulho de suas vozes para se erguerem e terem orgulho disso. Para mim não importava se eu soava como uma garota, eu não me importava como eu soava, eu me sentia tão bem cantando e eu estava tentando imitar minhas cantoras favoritas de qualquer forma, como Björk, P. J. Harvey… então não me incomodava de qualquer forma ter uma voz aguda. É legal agora que homens possam cantar em tons agudos e possam também abraçar um pouco mais essas naturais e fantásticas qualidades femininas que nós carregamos como seres humanos e, então, talvez possamos parar com essa besteira de “macho”, não só na música mas em tudo. Acredito que todos escutamos vários gêneros de músicas, mas diria que algumas coisas em comum que todos amamos é Further Seems Forever, Sigur Rós, Godspeed You! Black Emperor. Gostamos de bandas como Blindside, Deftones, Refused, Thursday, Ink + Dagger. Acho que bandas como essas nos influenciaram bastante.


Recentemente vocês tocaram “Voices”, que foi originalmente gravada com Cove. Teremos alguma surpresa nas apresentações da “era Cove” ou alguma raridade da primeira parte da banda, como “I Can’t Tell” ou “Mookie’s Last Christmas”?
Eu não quero estragar o set, mas eu definitivamente quero tocar “Mookie’s Last Christmas” e “I Can’t Tell”, e eu posso dizer certamente que eu quero ver como me saio tocando uma ou duas das músicas do Cove. Então, veremos como será. Você terá que ir para descobrir porque eu não quero estragar a surpresa.




Gostaríamos de perguntar sobre o “The Sound of Animals Fighting”. Há alguma chance de vermos no Brasil em breve?
Eu amaria muito isso, é sempre possível, no entanto não temos planos. Mas eu sei que temos muitos fãs por aí e os outros caras do The Sound of Animals Fighting amam o Brasil, e sei que seria muito divertido, então esperamos conseguir no futuro, porque eu amaria isso!



Gostaríamos de agradecer pelo seu tempo e dizer que estamos ansiosos pelo show. Sintam-se livres para mandar um recado para os fãs brasileiros!
Eu mal posso esperar para ir cantar e tocar para vocês e os shows serão insanos, então vistam seus tênis e tragam toda sua energia, bebam muita água e estejam prontos para ir à loucura conosco porque será muito divertido.





Rio de Janeiro:
1 de fevereiro às 19:00
TEATRO ODISSEIA
Avenida Mem de Sá, 66, 20230-152, Centro, Rio de Janeiro, RJ
Ingressos: https://pixelticket.com.br/eventos/2498/saosin-no-rio-de-janeiro

São Paulo:
2 de fevereiro às 17:00
FABRIQUE CLUB
Rua Barra Funda, 1071, 01152-000, Barra Funda, São Paulo, SP
Ingressos: https://pixelticket.com.br/eventos/2496/saosin-em-sao-paulo

Curitiba:
3 de fevereiro às 19:00
BASEMENT CULTURAL
R. Des. Benvindo Valente, 260, 82590-300, São Francisco, Curitiba, PR
Ingressos: https://pixelticket.com.br/eventos/2497/saosin-em-curitiba


Recado do Beau convocando todos para essa tour!!!


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