Continuando nossa semana especial do Oxigênio Fest tivemos um papo muito bacana com a banda Charlotte Matou um Cara, elas que tocam no domingo, último dia do evento.
Confiram o papo que rolou na íntegra:
O Oxigênio Festival 2019 está diversificado, com bandas de diversos
estilos, mas que, juntas, são nomes que devem funcionar muito bem num evento
deste porte. Como entendem esta gama de gêneros musicais que o Oxigênio está
promovendo?
Nós ainda não diríamos que o festival está diversificado como um todo. Ele ainda continua branco, heteronormativo, com bandas em sua maioria do sudeste brasileiro e headliners que a gente já viu e reviu, mas é muito interessante ver esse movimento do Oxigênio nesse caminho de incluir outros estilos. Principalmente porque dessa forma o Festival deixa claro que tem intenção de ser mais inclusivo, mas aí é que vem o grande lance. É preciso mudar e se esforçar mais durante o ano inteiro, não só na escolha das bandas, mas na forma de trabalhar isso internamente. É preciso baixar a guarda e aceitar as críticas, problematizar o que parece perfeito e entender que sempre dá pra melhorar. Transformar a forma de pensar e falar e mostrar isso para o público. É preciso ir atrás das novas bandas que realmente deixem o festival diversificado. O que a gente percebe nesta edição é que o leque para outras vertentes dentro do rock se abriu e é isso.
Para as pessoas que ainda não tem familiaridade com a trajetória e sonoridade da banda, como pode definir a proposta e a música que fazem?
Bom, a Charlotte Matou um Cara é como gostamos de dizer: uma banda de punk rock feminista raivosa e antipatriarcado. Nascemos em 2015 e nossas maiores influências musicais e ideológicas vêm do movimento punk riot girl, do feminismo interseccional e dos movimentos antifascismo e anti-homofobia.
Nós ainda não diríamos que o festival está diversificado como um todo. Ele ainda continua branco, heteronormativo, com bandas em sua maioria do sudeste brasileiro e headliners que a gente já viu e reviu, mas é muito interessante ver esse movimento do Oxigênio nesse caminho de incluir outros estilos. Principalmente porque dessa forma o Festival deixa claro que tem intenção de ser mais inclusivo, mas aí é que vem o grande lance. É preciso mudar e se esforçar mais durante o ano inteiro, não só na escolha das bandas, mas na forma de trabalhar isso internamente. É preciso baixar a guarda e aceitar as críticas, problematizar o que parece perfeito e entender que sempre dá pra melhorar. Transformar a forma de pensar e falar e mostrar isso para o público. É preciso ir atrás das novas bandas que realmente deixem o festival diversificado. O que a gente percebe nesta edição é que o leque para outras vertentes dentro do rock se abriu e é isso.
Para as pessoas que ainda não tem familiaridade com a trajetória e sonoridade da banda, como pode definir a proposta e a música que fazem?
Bom, a Charlotte Matou um Cara é como gostamos de dizer: uma banda de punk rock feminista raivosa e antipatriarcado. Nascemos em 2015 e nossas maiores influências musicais e ideológicas vêm do movimento punk riot girl, do feminismo interseccional e dos movimentos antifascismo e anti-homofobia.
O som é punk cru, gritado, rápido e de mensagem clara. As letras abordam
temas como homofobia, machismo, fascismo, e a intervenção da igreja e do Estado
sobre o corpo das mulheres e são um levante a qualquer forma de opressão.
Qual é o lançamento mais recente da banda? Comente um pouco sobre esse
registro.
Na verdade estamos finalizando a
criação do nosso segundo disco que deve ser lançado em novembro. Esse será um
disco diferente do primeiro, mais trabalhado e mais intenso, tanto musicalmente
quanto nas letras. Devemos confessar que o momento infelizmente foi inspirador.
Há o aprofundamento das ideias e um amadurecimento no som da banda. Os riffs
continuam rápidos e pesados mas trazem um pouco mais de experimentação e a mensagem
segue clara e reage diretamente ao momento atual de perda de direitos, da
falência da democracia e do achatamento das ideias. As letras, em português,
incitam a resistência à onda conservadora que se ergue no mundo, à misoginia, à
violência de gênero, à docilização dos corpos, à apatia e sobre a necessidade
de união e luta. Trazem referências a feministas históricas, homenageiam
mulheres e homens que foram torturados e mortos durante a ditadura militar e
reforçam a importância de lembrar para não repetir. Uma das faixas, em
espanhol, se une às mulheres latino-americanas em uma versão punk de
"Poder Popular" do grupo Sudor Marika e várias faixas trazem a
participação de muitas mulheres e meninas nos coros, algo que queremos manter
nos shows.
O que o público do Oxigênio Festival 2019 pode esperar em termos de
repertório? Algo em especial para esta apresentação?
Será bem especial, porque é nosso
primeiro show oficial após nossa pausa forçada de 1 ano e meio. Forçada porque
para quem ainda não sabe, uma parte da banda sofreu um capotamento no começo de
2018 enquanto ia para um show no interior de SP. Além disso vamos dar uma
provinha do que vem de novo no nosso próximo disco.
Serão três dias de shows, muitas bandas e diversas atrações pelo
recinto. Quais outros shows pretendem conferir no Oxigênio?
Sapataria, Nervosa, The Mönic, Violet
Soda, Autoramas, Far from Alaska.
A banda está entre as mais de 30 atrações da edição 2019 do
Oxigênio Festival. Para a carreira de vocês, qual a importância em estar neste
lineup e neste evento, que a cada ano ganha mais notoriedade entre os festivais
de música de São Paulo?
A gente não é uma banda que pensa em
carreira. Nós existimos para abrir os olhos das pessoas, pra cutucar, pra fazer
política e dar o recado. Se a gente concluir bem essa nossa função, então
participar do Oxigênio vai ter valido a pena.
Muito obrigada!
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