Versus era um dos álbuns mais aguardados do ano não somente por marcar a volta do sexteto (agora quarteto) de Lexington após um longo hiato, mas também pela expectativa em relação ao futuro da banda após a saída do ex-vocalista, o lendário e problemático, Jonny Craig. Dentro deste cenário, as atenções foram todas voltadas à entrada do novo frontman, Bradley Walden (ex-Squid The Whale). De uma maneira geral, Versus mostra três coisas:
1. O Emarosa ainda é o Emarosa;
2. O motor criativo da banda realmente é o guitarrista/compositor ER White;
3. Walden foi a escolha certa.
A abertura fica por conta da cadenciada People Like Me, We Just Don’t Play, onde a linha harmônica do autointitulado álbum anterior é mantida. Walden dá seu cartão de visita aos reais fãs do Emarosa (não conto as viúvas de Jonny Craig), mostrando o por quê de tanta insistência por parte da banda para que o posto fosse dele, “oh fuck it...!”. Em seguida, é apresentado o segundo single do CD, American Déjá Vu, marcada pelo experimentalismo instrumental e por linhas vocais agressivas e melódicas de Walden, alternando tons baixos rasgados com altos suaves, com a mesma competência e quase mesmo brilhantismo de seu antecessor. Logo podemos ver aquela máxima do Emarosa toda vez que muda de vocalista, “The Past Should Stay Dead”, e olha que por ali já passaram três.
A letra da cadenciada e pesada de A Hundred Crowns, tem em seu refrão “I can't move on...Believe in anybody else. Until you are dead and gone or living again”, evidenciando a tendência pessoal e pessimista das letras do disco.
I’ll Just Wait, escolhida para o primeiro vídeo clipe do disco, é de longe a faixa mais comercial. Tão comercial e digestiva que pode ser facilmente aceita por qualquer ouvinte de rock mainstream. O tom introspectivo e mais cadenciado/mastigável em relação aos trabalhos anteriores dá o tom do Versus, com as fortes Say Hello To This Bad Guy (onde Walden mostra versatilidade com um começo à la Michael Jackson) e a enérgica candidata a single, Gold Dust (com a banda alcançando o melhor dos dois mundos). Para finalizar o disco, Same Tight Rope (uma desnecessária balada que cativará os corações mais moles), e 1996 On Bevard (talvez a mais “Jonny Craig” de todas as faixas).
Embora impossível que as comparações com o álbum de estréia Slaves (atual banda de Craig) sejam feitas, ambas as bandas seguiram caminhos diferentes, e tanto o ex-vocalista quanto o atual Emarosa apresentam bons trabalhos. Sorte de nós, ouvintes, que podemos apreciar ambas.
Versus mostra um Emarosa genuíno e em franca transformação. Destaque para a essência harmônica que foi mantida e para o alívio que a alta performance de Walden trouxe. Fica a expectativa para a parceria criativa entre o novo vocalista e White nos futuros projetos. O disco está sim, menos pesado. Isto pode agradar ou desagradar velhos fãs e, por outro lado, trazer uma nova fanbase à banda. Sobre o tom mais comercial, embora eu pessoalmente não goste, deve ser compreendido. Afinal esta é a carreira dos caras e as contas têm que ser pagas no fim/início do mês.
English
Versus was one of the most anticipated albums in 2014 not
only because it marks the return of the sextet (now a quartet) of Lexington after
a long hiatus, but also by all the uncertainty atmosphere after the departure
of former vocalist, the legendary and troublemaker Jonny Craig. Within this
scenario, all attention was focused on the entrance of the new front man,
Bradley Walden (former Squid The Whale). In a nutshell, Versus shows three
things:
1. Emarosa is still Emarosa
2 The heart of band is indeed the guitarist / songwriter ER
White
3 Walden was the right choice
The overture is in charge of the lilting People Like Me, We
Just Do not Play, where the harmonic lines of the previous self-entitled album
are kept. Walden presents his business card to the real Emarosa fans (not Craig’s worshipers), showing why Emarosa
wanted him as front man so much "oh fuck it ...". The second track
and also second single, American Déjà Vu, is marked by instrumental
experimentation and the aggressive and melodic vocal lines of Walden,
alternating screechy low pitch and melodic high pitch tunes with the same
competence and quite the same brilliance as his predecessor. Relativity’s first
song’s title, “The Past Should Stay Dead”, may well be seen as a motto to
define the band’s lead singer changes (three so far).
Slow-paced A Hundred Crowns’ has in its chorus "I can
not move on ... Believe in anybody else. Until you are dead and gone or living
again ", showing a penchant for personal and pessimistic lyrics in the
album.
I'll Just Wait, chosen as first video clip, is by far the
most commercial track. As commercial and digestive that can be easily accepted
by any mainstream rock listener. The introspective and more rhythmic/accessible
tone is ubiquitous in Versus, with the strong Say Hello To This Bad Guy (where
Walden shows versatility with a start à la Michael Jackson) and the energetic
single-like, Gold Dust (with Emarosa getting the best of both worlds). The band
calls it a day with Same Tight Rope (an unnecessary ballad that will surely
touch the broken hearts), and 1996 On Bevard (perhaps the most "Jonny
Craigish" of all tracks).
Although impossible to avoid comparisons with Slaves’ debut
album (Craig’s current band), Emarosa has followed their own path presenting us
a unique piece.
Versus shows a genuine and frank Emarosa in ongoing
transformation. The highlight is the maintenance of band’s harmonic essence and
the relief Walden’s high performance has brought. We now look forward to the
partnership between the new vocalist and White in future songwriting. Yes, the
album is less heavy in comparison to the previous ones. That can either please
or frustrate old fans and, on the other hand, bring a new fan base. As far as
the more commercial tone presented is concerned, although I personally do not
like, it is totally comprehensible in today’s alternative music scenario. We’re
crossing our fingers for Versus to reach as many music lovers as it can.
Score: 7.5/10
Autores: Cold e +Nacyby J S Mendes
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