Barra Funda, 16 de outubro. Talvez a
quinta-feira mais rock que o tradicional bairro paulistano já viveu...
Enquanto
os americanos do Thirty Seconds To Mars lotavam o Espaço das Américas, na rua
de trás, a Fresno (ou o Fresno, se preferirem) fazia o mesmo na Audio Club. E
foi lá que a nossa equipe se encontrou um pouco depois das 22h. Já entramos com a casa lotada e as tradicionais
bandeiras do Rio Grande do Sul estendidas na área do camarote. Câmeras e gruas
por todos os lados. Não era mais um show como todos os outros. Era a noite da
gravação do DVD comemorativo de 15 anos da banda, marcando sua volta a uma
grande gravadora.
O show começou com atraso
(quase meia hora) e uma surpresa. A apresentação da banda ficou a cargo de Mi
Vieira (Glória) e Teco Martins (Rancore). Com um clima de superprodução, tocando
atrás de uma grade e efeitos de luzes dando a impressão de que a banda estivesse presa
a uma gaiola, a Fresno abriu a noite com a primeira faixa de seu mais recente
EP, “À prova de balas”. Uma das coisas que mais nos chama a atenção nos shows da
banda é a participação de seus fãs. Eles literalmente fazem o espetáculo, cantam o tempo inteiro, todas as músicas de ponta a ponta, com palco e pista sendo
uma coisa só. Incrível!
Começa a segunda música e a gaiola
se abre com “Die Luge”. Um clima especial toma conta da casa, projeções de tela
inspiradas nas apresentações da banda
britânica Muse davam um toque a mais ao
show. Outros destaques deste primeiro
bloco foram as belíssimas “Diga Parte II” e “Manifesto”. Sobre esta
especificamente, por ser gravação de um DVD, uma participação de Lenine ou
Emicida ao vivo (e não somente no telão) teria sido muito bacana. Muita gente
esperava por isso.
Segundo bloco, longa pausa para a
nova montagem do palco, displays de iluminação mais próximos ao palco deram o
tom intimista ao set acústico. Com a mesma energia, o público se manteve em pé
cantando hits como “Alguém que te faz sorrir” e uma palhinha de “Evidências”
(Chitãozinho e Chororó). Ouviu-se também uma singela homenagem dos fãs ao
ex-produtor musical da banda, “Ei Bonadio, vai tomar no cu!”.
Show longo, com muitas pausas, e
mudanças de palco seguiu e nada parecia cansar e impedir os admiradores da
banda de cantar todas as músicas (de ponta a ponta, pra variar). Destaco a
euforia em “Vida (Biografia em Ré Menor)”, o recém-lançado single “Acordar” e o
super hit “Quebre as Correntes”. A banda fechou com “Revanche” e uma versão a
capella de Lucas para “Farol”.
O show com prometidas 25 músicas (que
acabaram virando 30) teve aproximadamente 2 horas e, como esperado, terminou em
clima de muita emoção. Uma gravação de DVD ao vivo é uma coisa diferente, mais
mecânica e menos dinâmica, com um diretor passando instruções e comandos à
banda. Ponto para a Fresno que conseguiu manter a atmosfera bonita. Por ter
ocorrido em plena quinta-feira, o evento deveria ter começado e acabado mais
cedo para que todos pudessem ter acesso ao transporte público. Muitos como eu,
foram obrigados a voltar de táxi e outros tiveram que esperar por horas até que
o metrô abrisse. Isto tem de ser revisto pelos organizadores e produtores de
todos os eventos. Fica a dica.
Autor: Cold
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