Entrevistamos o Gustavo Simarro, o responsável por comandar a produtora Solid Music Entertainment!


Continuando a nossa série de entrevistas, dessa vez não batemos um papo com uma determinada banda, mas sim com uma produtora que é responsável por trazê-las da gringa e fazer acontecer o rolê nosso de cada dia, isso quando se trata de shows, a Solid Music Entertainment. A Solid foi criada e é comandada com pulso firme pelo Gustavo Simarro. A entrevista foi concedida no final de Setembro, leiam até o final pois tem bastante coisa interessante, inclusive pedimos para ele trazer uma banda em especial. :) 


A Solid Music teve início em 2010, certo? Como surgiu a ideia e o que motivou a criação da produtora?
 
Primeiramente muito obrigado pelo espaço. A Solid surgiu no final de 2009, a ideia de montar algo nosso, foi um resultado de inúmeros nãos que eu ganhei de muitas produtoras de eventos, então eu decidi que ou eu faria algo eu mesmo ou talvez a oportunidade não chegaria. 

  Quais foram as dificuldades que vocês enfrentarem nos primeiros eventos organizados como produtora? A ideia de trazer bandas gringas veio desde o início da Solid, ou foi uma ideia que veio amadurecendo com o passar do tempo?

Muitas rs, acredite no principio de tudo conseguir fechar um contrato era algo que parecia impossível, e de fato fazer tudo acontecer também não foi fácil, acho que a falta de experiência, portfólio e idade no principio foram grandes fatores.

Sim, desde inicio da Solid a ideia foi trazer bandas de fora pra tocar na América do Sul.

 Qual a principal dificuldade em negociar com as bandas internacionais? Penso que seja uma longa negociação até fecharem o contrato, podem comentar como funciona esse processo?

Eu acho que hoje a maior dificuldade e o valor do dólar para o  real. Às vezes sim, leva muito tempo, às vezes bate na trave e não rola, às vezes as datas que a banda quer a gente não pode, às vezes as datas que a gente quer a banda não pode. O Obey The Brave, por exemplo, era pra ter acontecido em Fevereiro, o CYE que veio em Maio, era pra ter rolado Brasil e Colômbia, e no final a data que era da Colômbia acabou sendo Curitiba. 

 O que vocês levam em consideração para convidar uma banda? Sei que vocês acompanham a cena de perto e curtem as bandas, esse conhecimento ajuda na hora de selecionar possíveis nomes para turnê?  

Definitivamente, eu sempre trago bandas que eu conheço, escuto e gosto, muita gente fala "meu essa banda da mil pessoas aqui e so fechar que lota", eu geralmente não deixo isso ser o fator decisivo pelo menos pra Solid. Conhecer com quem você esta trabalhando é muito importante pelo menos ao meu ver. 

 Vocês já possuem um histórico grande de turnês nacionais com bandas gringas bem sucedidas de diversos estilos como o street punk, hardcore, punk rock, metalcore e post-hardcore, inclusive com datas dando sold out e algumas bandas lendárias, por exemplo o Satanic Surfers e o Ignite. O mercado de produtoras é bem concorrente, como vocês veem a posição da Solid neste mercado? Dá pra crescer ainda mais?

A Solid é uma empresa pequena e underground, algumas pessoas falam que "somos apenas moleques brincando de fazer show" eu concordo com metade dessa frase, eu só não acho que a gente brinque.  Sempre tem como crescer, crescer ao meu ver e  aprender, e aprender e algo que acontece todos os dias, desde pequenos detalhes ate grandes decisões, sempre existe alguém melhor, mais preparado e com mais bagagem, aprender é um processo importante nesse business. 

 O público atual que costuma frequentar as turnês além de jovem é muito crítico, isso é demonstrado facilmente nas redes sociais, não gostam de preços abusivos como são praticados por algumas produtoras e opinam bastante quanto ao line up do evento. Sabemos que o momento da nossa economia é delicado, mas é raro a gente ver esse tipo de reclamação com a Solid. Como vocês lidam com isso? Dá pra fazer um evento com banda gringa e com o preço acessível ao público?

É complicado responder isso, o dólar realmente está complicando muito tudo isso, mas não e só a gente que tem ingresso com valor legal, a HBB fez o Circa Survive com valores ótimos. 

O nosso objetivo aqui não é ficar rico e sim fazer algo sólido, nos três aqui, eu o Léo e o Lucas, não trabalhamos só com a Solid, ou seja não vivemos da Solid. O Lucas agora depois de muito tempo está dedicando mais tempo a Solid, mas o Léo tem um trabalho diferente (que paga as contas) e eu também. 

Pra mim é mais importante ver a casa cheia com o preço legal, do que ver a casa pela metade com ingresso caro, mas também acho que a gente trabalha com bandas menores, que cobram menos, quando se tem banda cobrando um valor altíssimo, o fã acaba pagando um preço mais caro. 

 Quais são os planos futuros para a Solid?

Bom, 2015 quase deu pra anunciar mais uma, mas a banda entra em estúdio em dezembro e não deu pra fechar essa tour, essa que poderia rolar em dezembro seria uma tour de hardcore, a banda suporte  da tour na América Latina inteira seria o Lost In Hate, brothers nossos de BSB. Então 2015 fica assim, Outubro agora daqui duas semanas, a gente tem o Ignite com o Hundredth e o Dead Neck, daí logo no final de Novembro e começo de dezembro o Satanic Surfers e o Straightline bem pra fechar o nosso ano.

Sabemos que vocês possuem algumas novidades para divulgar. Dá para adiantar algo?

Pra 2016 já tem bastante coisa sendo organizada, a gente começa o ano com uma Tour de 4 bandas, 2 delas canadenses, uma americana mais precisamente da Califórnia, e uma Europeia, logo após essa tour que a chamaremos de WE ARE ONE TOUR, temos duas bandas de hardcore Californianas.  Mas eu acredito que a maior tour da nossa história até então, vai ter sido o WE ARE ONE, a gente vem planejando essa tour há bastante tempo.

 Gostaríamos de agradecer pela entrevista concedida e deixem um último recado pra galera que acompanha o trampo de vocês... ah, por último, há chances de vocês tentarem trazer o Emarosa? Hehe 

Muito obrigado pelo espaço e pelo suporte de todo mundo, não só quem compra, mas quem critica de forma positiva ou não, a gente aprende a todo tempo. Aos que sempre dão todo o suporte, meu muito obrigado, não existe a gente sem vocês, sem vocês, não tem show, não tem banda, não tem tour, não tem Solid.

Em relação ao Emarosa, hahaha o JC precisa voltar, e dai sim tentaremos o nosso melhor.
Forte abraço aos nossos amigos do Post Hardcore, molecada correria e humildade, 100% legítimo. Tamo junto. 

@twoasone
 _____________ 

**Como vocês perceberam, a entrevista foi realizada antes do anúncio das bandas que irão participar da We Are One Tour. Pra quem ainda não viu, a tour contará com as bandas Lagwagon, Belvedere, Mute e o Adrenalized. Datas no flyer abaixo:


  Em Dezembro a Solid Music irá organizar a turnê latino-americana do Satanic Surfers, tendo como banda de suporte os caras do Straightline:


 Podemos afirmar que 2016 será um ano repleto de bons shows organizados pela Solid Music. Boa notícias estão por vir!


Share on Google Plus

About adm-phcbr

This is a short description in the author block about the author. You edit it by entering text in the "Biographical Info" field in the user admin panel.

1 comentários :

  1. Muito foda ver gente que pensa talvez mais nos outros como ele mesmo disse "O nosso objetivo aqui não é ficar rico e sim fazer algo sólido"! enfim, nao só a solid mas outras produtoras deveriam olhar mais pro nordeste (fortaleza melhor cidade ein!) e tambem trazer pra cá as tour, e boa entrevista manos! Concordo tambem o jonny tem que voltar pro emarosa haha!

    ResponderExcluir