Resenha: Thrice em São Paulo


Acredito que a noite de sábado foi um delírio nostálgico coletivo para todos os presentes. Todas as pessoas com quem conversamos antes do show disseram que foi uma espera de pelo menos dez anos para finalmente ver o Thrice de perto.
Não é para menos, a banda tem uma discografia recheada de hits para todos os gostos. O lugar estava lotado, todos cantavam calorosamente as músicas novas, e as antigas mais ainda. A receptividade dos fãs de Thrice é bem variada em relação aos álbuns favoritos e os menos favoritos, mas dificilmente alguém diz que um dos trabalhos desagrada totalmente os ouvidos.


O Setlist foi bem variado. Como era de se esperar, o álbum mais tocado foi o To Be Everywhere Is to Be Nowhere, afinal é o trabalho que está sendo divulgado atualmente, mas tivemos uma boa viagem no tempo escutando clássicos como Deadbolt, Stare at The Sun e Artist in The Ambulance, entre músicas como In Exile e All The World is Mad que em breve estarão neste mesmo patamar de clássicos.

Um fato curioso sobre o setlist do Thrice é que, apesar de ser a primeira apresentação no Brasil, o foco não são apenas os singles.
Tivemos Silhouhette, Of Dust and Nations, The Earth Will Shake, músicas da era mais hardcore da banda, sempre fizeram parte das listas de favoritas dos fãs, e são músicas muito cativantes mesmo. É bem legal saber que a banda tem a noção do gosto do público.
Eles tem o esquema de "monte seu setlist" no site oficial da banda, algo que deve facilitar a afinidade com o que o público demanda.



Mesmo com tudo dito acima, todo mundo disse que faltou alguma no final do show. Não podemos ser duros com a banda, tocaram 19 músicas, mas ficou claro que a galera estava muito afim de ouvir All That's Left (eu nem sabia que existia um carinho tão grande por esta música em específico). Também caberia no setlist tranquilamente músicas como The Image of the Invisible, Trust e Cold Cash and Colder Hearts. Beggars no encerramento também seria lindo, mas não dá pra reclamar porque tivemos Daedalus (e que timbragem de guitarra nela, por sinal), Black Honey e The Long Defeat. Músicas incríveis que também fariam falta.

Já que toquei no assunto de timbragem, isso é um dos pontos altos do show: Todos os instrumentos tem uma regulagem impecável. O número de efeitos utilizados pelo Thrice não é tão grande, mas eles sabem muito bem como utilizar os poucos escolhidos. Estranhei um pouco em Firebreather, ela parecia mais pesada na versão de estúdio, que tem um fuzz a mais nas guitarras ou no baixo, mas não deixou de soar bem ao vivo, ainda mais com o coro do público que dá aquela sensação de cereja do bolo.


Como foi citado no começo, a casa estava lotada. Certamente não sobraram ingressos. Isso é ótimo, pois sabemos que a turnê foi um sucesso e temos mais chances de ver a banda por aqui novamente, porém isso acabou gerando também um dos poucos pontos negativos da noite: a casa estava muito cheia e as pessoas que entraram por último acabaram ficando na área do corredor de entrada, que também era onde ficava o banheiro, o caixa e a banca do merch da banda. Comprar algo no bar se tornou uma tarefa que muitos devem ter desistido pela dificuldade de deslocamento. O Fabrique não é um lugar ruim para shows, mas para um show do porte do Thrice, talvez uma casa maior (o Carioca Club, por exemplo) seria uma escolha mais sábia.



Tirando esses detalhes pequenos, o show foi ótimo. Estamos ansiosos para ver o Thrice por aqui novamente tocando todas as músicas que faltaram desta vez.

Setlist:

1 - Hurricane
2 - Silhouette
3 - Of Dust and Nations
4 - All the World Is Mad
5 - Black Honey
6 - In Exile
7 - Daedalus
8 - Hold Fast Hope
9 - Stare at the Sun
10 - Blood on the Sand
11 - The Grey
12 - The Weight
13 - Firebreather
14 - Death From Above
15 - Yellow Belly
16 - The Long Defeat

Bis:
17 - The Artist in the Ambulance
18 - Deadbolt
19 - The Earth Will Shake


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